quarta-feira, 15 de abril de 2009

A importância das regras e dos limites para a educação dos filhos (Parte II)


Todos nós temos variações de humor de acordo com os acontecimentos do nosso dia-a-dia, é importante saber reconhecer estes momentos, sejam eles bons ou ruins, para que não prejudiquem a educação dos filhos.
Quando se aplica ou não uma punição em função do estado de humor, a criança aprende a identificar os estados de humor dos pais e educadores, e não a reconhecer um mau comportamento. Desta forma quando as crianças percebem o mal-humor dos pais, elas buscam formas de se esconder para que não sejam punidas, já se elas percebem que os pais estão alegres, sabem que não serão punidas e ainda poderão ser estimuladas a brincar como fato ocorrido.
Identificar o humor dos pais não ajuda a criança a aprender valores, o que é certo ou errado, aprendem apenas que o humor dos pais varia e que elas precisam se livrar dos momentos ruins. Castigar os filhos sob o efeito de fortes emoções também não é indicado, pois normalmente quando se age em função da raiva, o arrependimento vem assim que ela passa e começam os pedidos de desculpa pelos atos impensados cometidos. Nestes momentos as crianças percebem que podem chantagear emocionalmente os pais e novamente o aprendizado se dá pela emoção e não pelos comportamentos.
É importante que haja coerência nas atitudes dos pais, assim se um comportamento é indesejado ele deve ser sempre repreendido, ao contrário, se o comportamento for adequado deve ser sempre elogiado. As crianças se espelham nos comportamentos dos pais, logo se eles agem de maneira tempestuosa e emocionalmente instável é assim que elas aprenderão a agir na vida, além da autoridade não ser reconhecida. Sem a coerência dos pais as crianças perdem o referencial do certo ou errado.
Para repreender os comportamentos indesejados, muitas vezes surge a dúvida quanto a bater ou não bater. Bater é um hábito que se repete há muitos anos, mas hoje em dia é muito discutido, e não possui uma definição exata se é certo ou errado. Mas o que se pode afirmar é que bater acompanhado de raiva com certeza não possui caráter educativo. Normalmente, quando a raiva está presente, palavras agressivas e humilhantes são muito usadas e isto ensina a criança que ela é errada e não o comportamento, e como mudar uma criança errada? Esse tipo de recriminação gera introjeção, diminui a sua auto-estima e a torna insegura. Esses sentimentos, se acompanharem a criança, aumentam a probabilidade de envolvimento com grupos delinqüentes e drogaditos, pois estes grupos em geral enaltecem as qualidades dos participantes, assim eles se sentem valorizados, sentimento este que não foi encontrado na família.
Para diminuir a possibilidade de errar, vale o bom senso. Muitas vezes uma palmada e a repreensão sobre o comportamento a ser evitado, juntamente com a palavra “não”, é suficiente para que a criança entenda que é o seu comportamento que está sendo repreendido, por exemplo: “Não ponha a mão no fogo!”, sempre lembrando de não privar a criança de afeto e carinho, sentimentos que agem positivamente na sua formação.


Referência: Pais presentes, pais ausentes: Regras e limites. Paula Inez Cunha Gomide

2 comentários:

  1. Elaine...AMEEEI o seu blog...PARABÉNS...está muito legal e estou adorando ler o que você escreve!!! Vou dar uma olhadinha aqui sempre que possível! É ótimo porque ajuda as pessoas a identificar problemas "comuns", mas que nunca param pra pensar né! Parabéns Srª Psicóloga! ;) Beijooos prima!

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  2. Muito obrigada!!! Espero que todos gostem....

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